16 de março de 2010

Sementes que não acabam mais

Foto: John McConnico/AP/Folha Online


A "Arca de Noé Verde", como é conhecido o banco de sementes do arquipélago ártico de Svalbard, superou as 500 mil espécies em seu banco. A coleção de sementes, destinada a proteger a biodiversidade vegetal ameaçada pelas mudanças climáticas, as guerras e as catástrofes naturais, se tornou a mais variada do mundo, de acordo com seus administradores.

"Chegar ao meio milhão provoca emoções variadas porque, se isto mostra que o banco de sementes de Svalbard é agora a medida de referência da diversidade, o acontecimento ocorre também em um momento em que nossa agricultura está por um fio", afirmou Cary Fowler, diretor do Fundo Mundial pela Diversidade dos Cultivos (GCDT), em matéria veiculada pela Folha Online.

Instalada sob uma montanha de Longyearbyen, capital do arquipélago norueguês situado a 1.000 km do pólo Norte, a reserva recebeu, na última sexta-feira, as sementes de feijão silvestre da Costa Rica, que resiste a um fungo devastador, e as de um morango silvestre recolhido na margem de um vulcão das ilhas russas Sakhalin, após uma expedição de três dias em uma região cercada por ursos.

A reserva de Svalbard funciona como uma rede de segurança: conserva em condições ótimas, a -18ºC, o dobro de grãos armazenados em 1.400 bancos de genes existentes. Ela pode receber até 4,5 milhões de amostras, que continuam sendo propriedade dos que as depositaram.

De acordo com especialistas, essa variedade de sementes mantidas é fundamental para a manutenção da vida na Terra, mantendo cultivos mais resistentes e aptos para se adaptarem ao aquecimento climático.

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